E estávamos mesmo. Os 146 km que separavam a sede da nossa torcida do Estádio Carlos Colnaghi, em Capivari, São Paulo, não impediram o nosso alento. E após duas horas e dezenove minutos dentro do carro, de paisagens rurais e de um certo medo da cidade até aquela altura deserta, o bloqueio policial anunciava nossa chegada ao destino final. A bateria da Torcida Organizada Leões da Raia, as nuvens negras, nada abalou nossa fibra (a não ser os raios e trovões cinematográficos que nos circundavam).
Comprados os ingressos para mais uma rodada da série A2 do Campeonato Paulista, por volta das 15h15min, adentramos no modesto "Capivarião" pela portão dos mandantes. O segurança que cuidava da revista viu nossas camisas grenás e impediu que continuássemos. A escolta chegou para nos levar seguramente à área dos visitantes. Os policiais mais educados que já vi em quase 10 anos de estádios.
Começa a partida e a equipe da casa abre o placar em menos de 2 minutos. Promessa de jogo quente. A resposta para o calor do confronto veio rápido: a chuva, e que chuva! Tempestade! Katrina! Dilúvio! Fim do mundo! Chame como quiser, leitor. Eu nunca tinha enfrentado uma dessas antes. Totalmente desmunidos de guarda-chuvas e capas, ficamos durante quase todo o primeiro tempo apanhando das gotas d'água que pareciam bolinhas de paintball. Apanhávamos em campo do Capivariano, também. 2 x 0 para o time da casa.
A chuva não foi nada. O duro foi ficar molhado até de noite |
Os 11 juventinos (10, se não levarmos em conta a mulher que aparentava estar meio perdida na torcida) esperaram até o o último minuto para ver o gol da squadra paulistana, mas o tento não foi o suficiente para voltarmos com pelo menos um ponto na bagagem. Paciência. Bola pra frente.
Ao final do jogo, alguns torcedores "rivais" se aproximaram da grade e nos aplaudiram. Um até nos saudou (coisa que nosso próprio time não fez). Não acho que tenha sido pela nossa coragem de sair de São Paulo para ver um time que demonstra com certa frequência um futebol fraco, mas sim porque fomos os únicos no estádio (além dos profissionais em campo, claro) que ficaram bravamente embaixo da chuva, e que chuva!
Mas depois da tempestade sempre vem a bonança. Se não vimos beleza dentro das quatro linhas, pudemos apreciá-la na estrada, no caminho de volta pela Rodovia do Açúcar, quando fomos presenteados pelos nossos esforços com um maravilhoso pôr do sol. Era Capivari nos sinalizando boa viagem e provavelmente um 'até logo' inesquecível.
Foto do parceiro Ricardo, celebridade das rádios paulistas |
Agradeço a meus companheiros de Juve pela oportunidade de viajar e pela ótima companhia. Seguiremos incentivando até o fim. Forza, Juve!
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