segunda-feira, 22 de abril de 2013

On the way to Wembley

Análise das semifinais da Liga dos Campeões da Europa*
Façam suas apostas: Quem avança para a decisão em Wembley?

*Em parceria com Arthur Lima


Bayern de Munique - Pelo legado de uma geração

Um dos clubes mais ricos e vitoriosos do mundo, o maior campeão da Alemanha chega para as semifinais da Liga dos Campeões com grandes possibilidades de fazer bonito. A equipe treinada por Jupp Heynckes garantiu o título do campeonato local com sete rodadas de antecedência, e durante a campanha demonstrou uma qualidade que pode fazer a diferença também no torneio europeu: o elenco tem várias peças de reposição em todos os setores, fazendo com que algum possível desfalque na equipe titular não seja tão sentido. Tanto que o artilheiro da equipe no ano passado, Mario Gomez, perdeu o status de titular absoluto no começo da temporada graças à grande fase do croata Mario Mandzukic, contratado junto ao Wolfsburg na janela de inverno. O time consegue reunir qualidade na posse de bola com a já conhecida agressividade do futebol alemão, e a velocidade de jogadores como Ribéry, Robben e Shaqiri pode fazer a diferença contra defesas que jogam em linha.

O forte elenco do Bayern é a fonte de esperanças dos torcedores bávaros

Mas o clube da Baviera ainda deixa o público com a pulga atrás da orelha por conta do desempenho nos grandes jogos dos últimos anos. Jogadores como Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Muller e Gomez fazem parte de uma geração com talento reconhecido pela crítica internacional graças ao desempenho pelo Bayern e pela seleção alemã, mas ainda falta uma grande conquista internacional para consagrá-los de vez. Chegaram perto na Euro e na Copa, e pode-se dizer que estiveram a apenas um pênalti do título da Champions League no ano passado, em casa, contra o Chelsea. Em todas essas ocasiões, acabou faltando poder de decisão. Se o Bayern tiver aprendido com os fracassos recentes, é fortíssimo candidato para ganhar tudo que disputar, e não só nesta temporada.


Barcelona - Na condição de humanos

Depois de 2008, o Barcelona ressurgiu ao mundo como o adversário a ser batido. Prova disso? Três Espanhois, duas Ligas dos Campeões e dois Mundiais da FIFA entre 2009 e 2011 convencem praticamente qualquer pessoa. Além disso, o elenco catalão conta com o genialmente simples (ou simplesmente genial) Lionel Messi. No entanto, a derrota para a zebra azul nas semifinais da Liga na temporada passada tirou a aura blaugrana de "time invencível". Tanto que derrotas para o arquirrival Real Madrid e para o Milan puseram em questão a tão incontestável superioridade do Barça frente a todas as outras equipes do mundo.

Messi, a taça e a bandeira catalã: Voltaremos a vê-los juntos?

Apesar do breve inferno astral, o Barcelona voltou a ser eficiente e eficaz (ainda mais que na época de Guardiola). Lidera com sobras o campeonato nacional, continua com a já consagrada e característica obsessão pela posse de bola e tem na perna esquerda de Messi uma fonte inesgotável de gols. Por tudo isso, deixou as críticas de lado e voltou a ser um dos favoritos ao título do torneio mais cobiçado da Europa. Porém, os recentes acontecimentos fizeram com que os adversários percebessem que o Barça não é invencível.  Embora tenha um grande elenco, os comandados de Vilanova são humanos. E é nessa condição que eles entram na Allianz Arena, no duelo contra o Bayern de Munique, na próxima terça-feira. Não mais como os semi-deuses de outrora.

É a sexta semifinal consecutiva do Barça na Liga e Messi está voando, porém uma lesão sofrida pelo argentino durante o embate contra o PSG expôs certa dependência do time em relação ao melhor jogador do mundo. Se ele estiver 100%, o Barça tem ligeiro favoritismo para ir à final por conta da tradição e do histórico de "pipocadas" do adversário. Contudo, isso é conversa de roda de bar. Quando o apito inicial for dado, o resultado passa a ser imprevisível.


Borussia Dortmund - Em busca do pote de ouro


Tido como um dos times que apresenta futebol mais bonito há pelo menos dois anos, o Borussia retorna às semifinais da Liga dos Campeões depois de dezesseis anos, e com moral: é o único time que permanece invicto na competição, mesmo sendo sorteado para jogar no “grupo da morte” na primeira fase. As boas atuações contra Ajax, Real Madrid e Manchester City serviram para elevar a autoestima da equipe, assim como a épica classificação nos acréscimos contra o Málaga, nas quartas de final. Os aurinegros possuem um time jovem e que toca a bola com velocidade, principalmente com a promissora dupla de alemães formada entre Mario Gotze e Marco Reus (que, apesar de fazer sua primeira temporada pelo Dortmund, joga como se já estivesse lá há pelo menos cinco anos). 

Como se não bastasse isso, o time conta ainda com o instinto artilheiro de Lewandowski, jogador que não se destaca tanto pela técnica, mas não decepciona nem um pouco quando recebe a bola de frente para o gol. Além de tudo, o Borussia conta com um reforço extra que vem das arquibancadas: a torcida que sempre lota o Westfalenstadion  e apoia o time durante todo o jogo a é a mais participativa dentre as que restaram nesta edição da Liga, e pode fazer a diferença em duelos apertados.

A apaixonada  torcida aurinegra dá ainda mais força ao time. 

Só que a mesma juventude que dá um toque de improviso e criatividade ao time pode ser um fator que acabe o prejudicando em partidas contra equipes mais experientes neste tipo de torneio, como é o caso do Real Madrid. Além disso, o zagueiro Hummels, considerado um dos melhores do mundo na posição, retornou de uma grave lesão há pouco tempo e ainda não se sabe se sua condição física é a ideal. Se for, os atacantes adversários podem começar a quebrar a cabeça pensando em formas de passar pela barreira amarela. Mas com certeza seria muito arriscado colocar um Hummels sem estar em condições ideais para enfrentar um time que conta com Cristiano Ronaldo.

Real Madrid - A redenção merenge

Desde aquele já longínquo 2001/02 a principal equipe da capital espanhola não levanta um caneco da Liga. Para os mais otimistas, 2013 parece trazer bons ares. Apesar da campanha abaixo do esperado na fase de grupos, quando ficou com o segundo lugar, o Real já eliminou o Manchester United e o renovado Galatasaray. Além de tudo, pode pegar um time alemão na final, assim como em 2002. Seria esse um sinal? Na primeira fase do torneio, tivemos uma pequena amostra do que está por vir: dois jogos equilibrados contra o Dortmund. Só que agora as circunstâncias são outras. Os merengues entram em campo com todos os nove títulos da Champions debaixo do braço e o peso enorme da camisa branca. 


Borussia foi algoz na primeira fase. Cristiano Ronaldo sai cabisbaixo.
Mas só isso não irá fazer a diferença. Quem pode desequilibrar é Cristiano Ronaldo, artilheiro do campeonato com 11 gols. O português vive ótima fase e tenta conduzir o Real de volta aos trilhos da glória europeia. Apesar de ser uma equipe fortíssima que conta com Özil, Benzema, Higuaín e Xabi Alonso (além de outras peças importantes, é claro), o time bate na trave na hora de ganhar um título de expressão a nível continental. Com o português José Mourinho, especialista em Champions, à beira do gramado, o jejum pode acabar. As linhas ofensivas madridistas avançam muito bem e atropelam com facilidade a primeira linha de quatro dos adversários. Fora isso, o time tem bons cobradores de falta, é forte na velocidade e em bolas aéreas. Os merengues vêm em busca da redenção e da resposta aos milhões de euros investidos no clube. É a chance de Cristiano repetir os tempos de Manchester e trazer junto com a "orelhuda" o troféu de melhor do mundo para sua casa na Espanha.

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