Quem poderá evitar o quarto título brasileiro consecutivo na Libertadores? O Boca Juniors em crise? A surpresa de Tijuana? O perigoso Nacional? É, caro leitor, as equipes do continente terão que se desdobrar de mil maneiras para recuperar a taça mais cobiçada da América.
Apesar de o Brasil ter seis representantes na segunda fase da Libertadores de 2013, inevitavelmente um deles não passará das oitavas de final, já que temos confronto caseiro entre São Paulo e Atlético-MG. Mesmo assim, o favoritismo para a conquista do torneio não deixa de ser nosso.
Isso porque nossos vizinhos amargam violenta crise financeira, o que reflete em seus respectivos clubes de futebol: eles não contratam jogadores de peso e não conseguem segurar os que se destacam. Além de tudo, vivem tempos de vacas magras no que se refere à revelação de talentos.
Prova disso? A Universidad de Chile não resistiu ao mercado e desmontou o time da vitoriosa temporada de 2011. Quem também viu peças importantes irem embora foi o Vélez Sarsfield, que ainda assim conseguiu fazer lá seus remendos e voltou a ser competitivo.
Nas seleções dos países sul-americanos, não vemos atletas da casa atuarem como destaques. Por exemplo, o peruano Paolo Guerrero joga no Brasil, o argentino Lionel Messi atua na Espanha, enquanto o uruguaio Luis Suárez (URU) mostra seu talento no Reino Unido.
Além do Galo e do Tricolor do Morumbi, Corinthians e Palmeiras estão no mesmo lado da chave e podem protagonizar mais um clássico brasileiro. Na outra ponta, representam nosso esporte bretão Grêmio e Fluminense, que teoricamente têm o caminho mais fácil até a final: Emelec (EQU), Tigre (ARG), Santa Fe (COL), Nacional (URU) e Real Garcilaso (PER).
Mas poupemos tempo e vamos ao que interessa: qual time é a maior ameaça ao tetracampeonato brasileiro? Acredito em Newell's Old Boys ou o Vélez Sarsfield.
NEWELL'S OLD BOYS
A equipe de Gerardo Martino consegue ser consistente como um time italiano. De certo modo, lembra o Atlético-MG, porque liderou o campeonato nacional por um bom tempo, mas acabou deixando o título escapar no fim (Apertura 2012, terceira colocação). Apesar da queda de rendimento, a equipe reencontrou o caminho das vitórias e está na primeira posição do Clausura 2013, com 25 pontos em 11 jogos, três a mais que o vice-líder Lanús. Por outro lado, o desempenho na Copa não é tão bom assim, tendo se classificado no segundo lugar e perdendo a primeira partida das oitavas para o compatriota Vélez.
Esquema tático: 3-4-2-1
Com o ala Cáceres apoiando o ataque, o setor defensivo fica com três zagueiros: Heinze, Vergini e Casco. Volantão, o polivalente Hernán Villalba desarma bem e tem qualidade na saída de jogo. Na criação, Pablo Pérez e Bernardi recebem ajuda do rodado Scocco, atleta que chuta forte, dribla, tem resistência e serve os companheiros de ataque, Maxi Rodríguez e Martin Tonso.
Jogando em casa, no estádio El Coloso del Parque, a equipe venceu todas as partidas, menos o duelo contra a Univerdidad de Chiel (2 a 1), revés devolvido como visitante (2 a 0). Nas oitavas, martelou o Vélez insistentemente, porém a trave impediu a vitória leprosa. No geral, o Newell's se porta muito bem apesar da limitação do time.
VÉLEZ SARSFIELD
Talvez principal esperança dos hermanos na Libertadores, o Vélez terminou a primeira fase do torneio com a melhor campanha do grupo 4 (13 pontos, mesma pontuação do Corinthians) e eliminou o pentacampeão Peñarol do mata-mata. Contudo, sofre do mesmo problema dos brasileiros: um compatriota forte logo nas oitavas de final.
Esquema tático: 4-4-2
Bem postado defensivamente, os comandados de Ricardo Gareca são adeptos do ora aclamado, ora detestado 4-4-2. Entrosado, o time sabe armar bem duas linhas de quatro jogadores na defesa e vê o volante Cerro atuar frequentemente como terceiro zagueiro.
No meio, Gago, Bella e Insúa são responsáveis pela rápida transição ao ataque, com belas triangulações e qualidade de domínio dos atacantes Rescaldini e Pratto (o terceiro melhor ataque da fase de grupos).
Como se o duelo contra o Newell's não fosse o suficiente, o "novo grande" argentino pega - se passar - Boca ou Corinthians nas quartas de final para por à prova o elenco e o trabalho da temporada. Dificilmente outra equipe de fora leva a Libertadores.
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